segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Perfeita imperfeição

A definição de perfeição varia consoante o interesse e objectivos de quem a procura. Eu, por exemplo, procuro não procurá-la. Mas faço-o, ainda que sem os conhecimentos necessários. Gosto de dizer que te procuro.
Com a vontade de ter o que sempre quis, devaneio por pensamentos inúteis que variam ao sabor da evolução. Com isto não digo que mudo ao sabor do vento, não! Mas evoluo… A evolução é algo que, quer queiramos quer não, acontece. E assim mudamos os sonhos, ou antes, a forma dos sonhos.
Já te quis simples, inocente, bonita e sem estilo. Depois vi-te complicada, interessante, por vezes maliciosa e muito autocentrada. Conheci-te amorosa, carinhosa e sensual, ao mesmo tempo triste e misteriosa. Cheguei a ter-te apaixonada, feroz, decidida e também interesseira, infiel e má! Entretanto evoluo e continuo a querer-te, de forma diferente, mas ainda assim quero-te.
Para mim és perfeita. Chego a duvidar que existas, pois cresci a saber que a perfeição não o é. No entanto apercebo-me que seres perfeita passa pela imperfeição dessa noção. Se pensei que eras perfeita antes, agora vejo que não o eras. Quero-te ainda, mas de forma diferente. Outro tipo de perfeição.
Repito-me várias vezes para me convencer que a palavra existe e, como tal, tu também. Perfeita imperfeição. Perfeita Ilusão? Nada disso, existes e andas aí!
Para chegar lá basta que sejas 3 coisas… Sim, amanhã talvez 4, mas hoje 3! Para mim, hoje, basta que sejas perfeita!
Um sorriso, ao amanhecer e ao entardecer. Sorri! Grita de alegria quando estiveres feliz, não tenhas medo de sorrir. Olha à tua volta e sorri!
Move-te como uma princesa! Actua como tal. Diz o que pensas mas pensa no que dizes. Não me firas só porque sim. Lembra-te que és a minha rainha mas eu não sou o teu súbdito.
Conhece-te a ti e ao teu mundo. Verás que é mais fácil. Não deixes que os outros “atrapalhem”. Não te conhecem como tu. A tua vida é única e dela mais ninguém sabe! Apenas tu! E por isso és verdadeira!
Procuro ver-te, aqui e ali, onde quer que estejas. Eu aqui ando e por ti aguardo… Mas não te procuro. 

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O voo da mosca

São 1h25 da manhã. Tomei a decisão que não durmo, hoje. Vou sair dentro de poucos minutos e por isso preparo a asas do meu fato escuro para o frio que se avizinha. Levo o caderno de notas onde escrevo, a cada minuto, a experiência de não ter de parar.
Sigo em direcção ao Norte. A cidade está ao meu alcance e nela vejo cores alaranjadas. Os carros, lá em baixo, passam a correr deixando dois rastos vermelhos sangue, uns atrás dos outros.
Abstraio-me do frio e do vento que tanto afectam o meu esforço e sigo caminho.
Passo na praça. O município, ao fundo, lembra-me tempos em que o barulho ensurdecedor do fogo-de-artifício quase me deita ao chão. Tempos de desnorteio. 
Frente a uma estátua dorme um cão, peludo, enrolado em si próprio. Consigo sentir o seu odor que me atrai e onde quero chegar, mesmo antes de violentamente ser sacudido pela cauda. Sigo caminho.
Passo veloz pela torre mais alta da cidade, bem iluminada por gigantes holofotes que teimam em cegar-me. Por isso não olho para baixo. Continuo em direcção ao mar, quero ver as ondas e nelas (quase) tocar enquanto se elevam no alto antes de atingirem a costa. 
As ruas estão vazias. Nem vivalma. Consigo ouvir o som do vento enquanto deslizo pela costa até à rede. Felizmente é grande e através dela passo facilmente, qual teia de aranha gigante. Escapei.
Decido atravessar o parque. Fico atento ao bater das árvores para que não me atinjam. Quero viver mais.
Olho para o leão que domina a águia e não deixo de achar que deve haver uma razão para estarem ali.
Há pessoas ali. Metidas em caixas de cartão, preparam-se para dormir. Ignoram-me por completo, parecem não me ver, embora olhem para mim. Queria dizer-lhes que ali estou, mas não me ouvem.
Decido continuar e vejo-me agora combalido pelo som de um veículo de luzes azuis que rodam. Que barulho estranho e repetitivo. Quando pára sinto um cheiro forte e dali escapo.
Sigo para Este, onde a escuridão das montanhas, ao fundo, me parece confortável. Passo uma encruzilhada de ruas, luzes, veículos e pessoas estranhas até que me deparo em frente a um círculo. É enorme! Dentro, um relvado extenso, a cheirar a fresco. Faltam ali muitas pessoas, penso. Parece-me.
Continuo agora para o Sul, terras mais quentes aguardam pelos visitantes. Não sou um deles.
Apanho boleia de alguém para atravessar a ponte. Aí faz frio a valer, tenho de me precaver.
Do outro lado deixo quem me levou e sigo o meu caminho.
Estou já perto do meu destino mas antes quero dar um salto a uma casa, especial. Ando em torno desta na esperança de te encontrar, afinal, é para isso que voo! Estás ali, de olhos fechados, deitada numa cama pequena. Consigo uma maneira de me aproximar e toco a tua mão. Por segundos pareces-me confortável, mas depressa abanas a mão e saio a correr. 
Parto agora, de novo, em direcção a casa. Gosto do meu canto, da minha Praia!
Até lá, limito-me a pensar em quem és, em como te vejo. Chegado a casa sorrio. Foi um bom passeio. Quero repetir!

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Sou homem!

Perguntas-me se preferia ser, gravidade ou explosão, fuga ou encontro, fantasia ou realidade, ainda assim volto ao que sou. Não te respondo! Sou fruto de colisões intemporais e faço o que quero, o que acredito e volto ao que sou. Desculpa. Que mais te sei dizer? Não a sinto mas digo-te, desculpa. Única fonte de acalmia para relações fortes, verdadeiras... Alguém tem de ceder e eu faço-o, odeio ver-te assim!
Procuro crescer e saber, assim, o que dizer e como compreender. O que estás a dizer? Não! Porque me falas assim? E culpas-me, pedes-me atenção. Dou-ta mas já não a queres...afinal.
Quantos cantos tenho de percorrer, quantas vezes tenho de aprender? Queres o que não queres, dizes o que queres mas não o sentes, qual puzzle de infinitas peças, nem tu o sabes. E assim (não) te compreendo, ó mulher!
Sem ti não vivo, nem quero. Sou um homem de sorte! Atravessas-me a vida como um relâmpago e de mim fazes o que entendes... Eu deixo! A troco de um carinho, de um elogio...sou homem e de elogios sobrevivo.
Possas não o sentir, mas diz-mo, estou sedento de me sentir mais!
Digo-te que não prestas, convenço-me que estou melhor só. As tuas costas alertam-me à razão. À razão? Mas que razão? Estaria melhor sem ti mas odeio está-lo. Baralhas-me e com isso me fazes feliz. Leio-te a mente porque me leva onde quero e no centro vejo-me, como um espelho da alma.
Depois, habituas-te a mim...passo a ser teu. Amas-me mas acreditas que estou melhor assim. Afastas-me porque pensas que volto, qual jogo de ténis, qual boomerang no espaço. Esqueces-te que nado num mar de sereias. Elas cantam para mim, enfeitiçam-me. Quero voltar mas não me deixas porque queres jogar, acreditas na tua força e não ponderas a minha resistência. E por vezes não te sinto, falta-me o elogio ao pôr-do-sol... E assim erro! Não quero, mas faço-o porque me sinto só.
Estende-me os braços, mostra-me que precisas e sabes que sobrevivo da tua emoção. Assim não "terei" de errar, porque me sinto completo. Oh, se soubesses que a tua maior força está na tua delicadeza, na tua fragilidade...mulher. Meu canto do mundo, minha almofada de sonhos, meu grande fervor.
Conhece-me como sou, não como pensas que sou... Sou homem!

domingo, 9 de janeiro de 2011

Um texto (não original) aos meus AMIGOS - I LOVE YOU SO!!! Best 2012




Outro ano e novas promessas

outra oportunidade para dar a volta,
não o guardem para amanhã.
Abracem o passado e poderão viver o agora
e eu dar-vos-ei o Mundo!

Falem mais alto que as palavras 
e dêem-lhes o significado que mais ninguém deu.
O papel que desempenhamos é tão importante,
somos as vozes do subterrâneo
e eu dar-vos-ia o Mundo!

Digam tudo o que sempre quiseram,
não tenham medo de quem realmente são
porque no afinal temo-nos uns aos outros.
Isso é algo pelo que vale a pena viver
e eu dar-vos-ia o Mundo!

Um milhão de sóis nascem sobre mim.
Um milhão de olhos e os vossos são os mais brilhantes.
Vamos destruir as paredes entre nós
e construir uma estátua suficiente forte para todos nós.

Agora passo-vos isto
e convosco viverei,
porque vos daria o Mundo.

Este é o novo ano.
Um novo começo.
Fizemos uma promessa.
Vocês são os que mais brilham.
Vocês são as vozes.


Por Ian Axel - This is the New Year

A Aldeia do Sempre

A vida surpreende-nos, atira-nos ao chão e levanta-nos como se nada fosse, destrói sonhos mas dá-nos vontade de criar novos. Actua como se de um Ser se tratasse, com vontade própria, com aquele olhar felino que nos fascina mas, ao mesmo tempo, nos inquieta. Vivê-mo-la e dela fazemos o melhor... Porque é o que fazemos e não existem "ses". Um dia disseram-me que o que me acontece é o melhor que me pode acontecer... Porque acontece... E nada mais! Como refutar?
Aprendi a sentir, a ouvir, a distinguir causas e efeitos. Nada acontece por acaso! Não é verdade absoluta mas nela acredito sem reservas... Não quero com isto dizer que o faças. Resulta apenas se o quiseres.
Por isso, por não a controlar (à Vida, o que me rodeia e quem me rodeia), por não a querer controlar, por querer Sempre ser surpreendido, crio o meu Outer Space.
Falo da Aldeia do Sempre, o meu refúgio, a minha ilha... Privada, só minha. Às vezes convido alguém, convido-te a ti e comigo partilhas segredos únicos.
Transporto-me facilmente! Voo quando quero e/ou sinto que devo. Para mim é simples. Aprendi que para sair basta querer, desejar de facto e assim o faço.
Para lá sigo diariamente! Sou rei de uma tribo, príncipe de uma corte, chefe de um gangue até. Tomo um capuccino de smoking em Veneza e guio um Bugatti no Mónaco. Lá, faço tudo e nada, o que me apetece, quando quero e onde quero. Saio de casa e até à tua voo. É um canto de imaginação fascinante, quente e afável, onde me reservo o direito de ser feliz!
A Aldeia do Sempre, qual Terra do Nunca onde vive o Pan, é um lugar longínquo e ao mesmo tempo aqui ao lado. Tele-transporto-me com a ajuda do Captain Kirk e eis que lá estou a navegar. É o meu lugar.
Hoje visitei-te e amanhã quem sabe... Sou senhor de tudo e de todos, porque assim o desejo.
Crescemos com a sensação que a realidade é mais forte que o sonho. Somos assim ensinados e toma-mo-lo por certo. Bem haja quem cresce a saber da mentira, pois já houve quem dissesse que o sonho comanda a vida...
Não é matéria fácil, pêra doce ou dado adquirido. Requer vontade! Capacidade de sorrir e, mais que tudo, ser feliz.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Expectativas...

Nos últimos meses, perto de ano e meio, passei a dedicar alguns minutos dos meus dias à tarefa de simplificar a vida. Quem nunca se apercebeu que todos temos tendência a complicar? ...pois. Ora complicamos porque nos apetece, ora complicamos porque parece fácil demais, ora isto, depois aquilo... Faz parte do génio do ser humano, mais ainda quando é latino, mais ainda quando é português, complicar! É o que melhor fazemos... Depois solucionamos o problema e pronto. A tal palavra única (não estou a falar de saudade... Lá chegaremos), o "desenrasque". É isso, complicamos e de seguida desenrascamos.
Há muitas razões para complicarmos a vida, muitas formas de o fazer e nisso somos profissionais.
Como tal e como vos disse, sou missionário por uma boa causa, a "descomplicação"!
Tarefa assim não é nada fácil, no entanto, estou a caminho...
Comecei então por analisar o que esperamos das pessoas que, connosco, partilham o oxigénio diariamente. Observo então que cometemos um erro grave. Criamos expectativas! Sim, desculpem, mas é um erro grave (a meu ver, claro está). Ao criarmos expectativas sobre os comportamentos de alguém (sejam eles de que cariz forem), estamos a ignorar o simples facto da teoria do caos; Todos os factores que nos rodeiam irão influenciar as nossas atitudes e, posto isso, somos livres de actuar, ou não, em conformidade com os sinais que recebemos. Ou seja, somos livres! Livres! E por isso viramos à direita se nos apetecer, mesmo que os demais estejam na expectativa que iremos virar à esquerda. 
Quantos de nós já não nos sentimos debaixo de fogo porque terceiros têm demasiadas expectativas sobre nós?
Com isto não estou a dizer que não devemos criar expectativas com nada. Não! Posso ter a expectativa que o meu carro amanhã de manhã vai pegar; Criei as condições para tal (revisão feita, tem gasóleo, está na garagem e ainda é novo) e por isso existem 99% de probabilidades que pegue... Pois, não tem cérebro, logo, não vai por apetites. Mas quanto às pessoas, hum, o caso muda.
Passo a explicar e para isso criei uma fórmula:
Desejo + Expectativa = Pressão + Descontrolo = Desilusão/Surpresa = Risco
Isto é, se desejarmos que alguém actue de certa forma e criarmos essa expectativa, quer queiramos quer não, estaremos a pressionar tanto aquela como a nós próprios. A pressão leva ao descontrolo e, por conseguinte, podemos sair defraudados... Ou ter uma bela surpresa, vá. Ainda assim é irremediavelmente um risco. Além do mais, quem gosta de estar sob pressão?
Um belo exemplo é o Natal e a compra das prendas... Esperamos que a cara-metade acerte (certo senhoras?) porque acreditamos que lhe transmitimos todos os sinais. Criamos essa expectativa... Suamos, ansiamos, desejamos... Criamos pressão, em nós e nos outros. Depois, quem sabe... Desilusão/Surpresa = Risco! Que complicação.
Não seria melhor, mais descomplicado, mais simples, atribuirmos aos actos dos outros (desde que não nos magoem deliberadamente, é necessário dizê-lo) uma certa leveza? Não seriamos mais vezes positivamente surpreendidos? Se não esperarmos dos outros em demasia, seremos surpreendidos ou não... Mas ao menos não corremos o risco de ficar desiludidos.
Desejo - Expectativa = Controlo + Calma = Surpresa
Penso nisso e sei que por vezes não é fácil. Torna-se quase impossível... Apesar de tudo descomplico e sinto-me bem mais relaxado. Vale a pena, mesmo!

domingo, 2 de janeiro de 2011

Que seja tarde demais!

Extraio de mim um segredo, uma falta, um erro ou antes um resultado. Aqui to deixo. Era-me impossível pensar. Sofria do mal dos que não esquecem... Outrora romântico inveterado, jazia em tempos de crescimento, adaptação, perdição até. Sabia expressar-me mas não falar; Raciocinar mas não pensar; Partilhar mas não dizer. No entanto não me arrependo...sou Joshua, o tolo.
O que se deve dizer quando as palavras nos faltam, quando as certezas são raras mas ainda assim certezas? O que dizer quando se ama verdadeiramente? Amo-te? Não chega!
Digo aqui... Não, não digo, escrevo! Faço-o para que outros aprendam que a oportunidade espreita, mas está só disponível para os que estão preparados... Eu não estava.
Devia ter dito que te amava, que me eras tudo! Mais, muito mais que tudo, o meu centro, a minha razão. Que te queria dar as estrelas e delas fazer diamantes eternos. Que a tua beleza ofusca o mundo inteiro, o teu cheiro apaga os meus medos e os teus dedos me tocam minuto a minuto enquanto caminho. Devia ter-te escrito uma carta, sobre os teus olhos castanhos (...de encantos tamanhos...), mais meigos que uma pena, doces e suaves como bombons de Natal. Que te queria eternamente, sim! Que me fazias sorrir, rir, correr, acreditar, tu e só tu! Queria dar-te o Mundo, mostrar-te o Universo, levar-te onde os sonhos tocam a fantasia. Que eras a mulher mais linda, a mais perfeita, a mais bela. Que estaria ali, para ti e só para ti, para sempre. Eras-me tudo e de ti queria fazer a mulher mais feliz do Mundo inteiro. Devia ter-te dito que sim, que te amava.
Senti-o, só para mim, qual tatuagem invisível.
Que seja tarde demais! Que o destino te tenha levado para bem longe e não te traga de volta. Que sejas feliz, ainda que menos...
Vou dizê-lo agora, porque o tempo transporta, cura e ensina. Vou dizê-lo com a certeza que estou preparado, a alguém especial, que me vê e me sente... Não a ti, porque esse momento passou e outro chegou.