segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Objectivo...MAIS

A caminhada foi dura, ao que parece conquistada pela força que reconheço como minha! Distingo traços ao longe...parecem leves chicotadas atrevidas que combatiam a subida. Já nada é como antes, o ar rarefeito da montanha da vida envolve as ideias numa esfera cristalina...vejo melhor que nunca... De mãos esfoladas pela rocha dura, sinto o coração na boca, a mente explode e as certezas perdem valor. O sorriso ao medo torna-se simples...qual imortal defronte à ponta da espada, assim sim, é viver.
A sensação é de objectivo cumprido...e porque não? Ainda que por leves segundos nada mais importa, como um caminhante que vislumbra o oceano no horizonte e sente a maresia. As pequenas pedras do caminho fantasiaram-se de algodão, assim não magoam...tanto, porque a planta dos pés aprendeu onde calcar e recorda corridas fustigantes, inconsequentes, repetitivas...valiosas então.
De face levantada deixo que o cinzento apareça, chamam-me nomes carinhosos como quem me quer e me tem. Mas a certeza de que nasci há pouco ergue muros de incompreensão...apesar de tudo, sei mais, muito mais!
Agora olho o passar dos transeuntes como quem vê nuvens num céu azul...estão ali. E para mim não olham, porque haveriam de olhar? Sou apenas eu, de casaco de penas, passo apressado e espada na mão! Como figurantes de um filme histórico, significaram apenas isso, figuras.
Os meu andam aí! Por perto, ao longe e neles deposito as lágrimas de um presente carregado de perguntas. Agradeço-lhes com um gesto acanhado mas eles reconhecem a força impossível de um conquistador de impossíveis.
Por isso valeu a pena...preparado para mais tantos...ainda que diferentes, ainda que melhores!

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

De coração...sem palavras...

Enfim descobri o que sentir...caem muros de pedra que sombra ao sol faziam. Como to posso dizer? Caminho ao teu lado e não estás aqui. Nem aí... A presença de um sorriso teu deita por terra tantos medos! Mas...o que é isto? Como to posso dizer? Acabo sempre por embater em sentimentos antigos, teus e meus.
Vejo-me invadido por certezas...quais vontades incertas do querer mais e mais. Não posso! Vejo-me repleto de lágrimas, água e sal que me queima o rosto quando sinto o teu olhar. E em mim tocaste, pele na pele...e por momentos senti que sentiste. Mas nada disse! Como to posso dizer? Se tenho medo, porque não te quero ter...para te perder?
Sinto uma corrente de ar no coração. Já a sentiste? A que nos deixa tontos, bobos da corte...com chapéus de três bicos a sorrir. Rimos às gargalhadas porque tudo...parece...valer. Já a sentiste? Reconheci-a porque gravitas em torno ao meu ar... Mas não, não to posso dizer! Decidi há muito deixar-me levar pela solidão...a de ser astronauta sem rumo, por caminhos sem ar, onde caminho tão devagar.
O teu caminhar abana as minhas ordens, as que me guiavam até em ti embater...reconheces o violento embater do coração na mais suave das ondas? É o que sinto! Mas porque não to posso dizer? Porque não sou capaz de contra mim falar?
Não o sabes certamente, mas à tua volta existe um círculo que brilha, qual espaço de conforto. ...e a minha cor muda quando nele entro, em tudo, em todos...nada é assim! Porquê?
Sinto-te! Mas não to posso dizer!
Em tudo, em cada batimento do coração, no meu simples respirar após um cigarro feito à mão no sofá da minha existência. Do meu esconderijo olho a noite na cidade, onde nos vemos ao cair do pano...sinto-te, de coração...sem palavras...

http://www.youtube.com/watch?v=bc9cZe2bzEc