sábado, 28 de abril de 2012

Hoje sonhei contigo!



Lembro-me de cada momento, de cada passo. Não estávamos sozinhos mas era como se a dança momentaneamente te tivesse levado a um quarto selado. Estavas só tu...e eu que estarrecido, olhava. Lembro-me bem. Ainda nem te conhecia. Perguntaste-me mais tarde se, ali, um beijo teria sido atempado. Já não sei...mas queria-o. E...hoje sonhei contigo! Já não te via há tanto. Oh que poder os sonhos têm... Parecias estar ali! Conversavas, até dançaste...e eu, olhava. Por fim fizeste sentido, aquele sentido dos livros em que tudo fica leve porque só nas páginas acontece. Olhaste e como se o tempo pudesse ter tido as reticências de braços dados com os parêntesis, sorrias. Reconheceste-me. Fiquei tão feliz. Olhei à tua volta e um mar de gente lutava pela tua atenção. Pudera, se um deles eu fosse, é melhor não dizer... Tinha esquecido o quanto te...não, não há verbo! E adjectivar-te é limitar-te! Eras mais, muito mais! Tanto mais! Hoje não sei...andas nas mãos de outros sonhadores. Mas no sonho procuraste-me...sim, no sonho. E eu?...roubei-te um beijo. Um bilião de sorrisos sentidos molhados e nunca acabados num sonho doce...conheces os suspiros?...isso é beijar-te. Recordei, aí, horas passadas numa poltrona de verga, numa varanda de sóis, onde colavas-te a mim. Oh malvado sonho que me trouxeste de volta! Não, não a mim porque ainda aqui estou, mas àquela mulher de olhos castanhos, sorriso tremido e mais linda que o mundo! Então ali, no sonho, lutei por ti...uma vez mais. E comigo ficaste por breves momentos...uma vez mais. Porque o sol já nasceu e o meu mundo acordou...cedo demais.


quarta-feira, 18 de abril de 2012

Vou escrever...mas ali, não aqui. Até então!

Ele há momentos...e momentos que são uma pausa, entre pausas, para sentir e ouvir. Ouvimo-nos! A nós e aos outros. E tudo isso se torna válido para este abismo de profundeza insondável...a nossa verdade. Quero ficar por aqui, agora, não para sempre, porque ele há momentos em que preciso de mim. Então é isso! Vou pedir que me compreendam...se isso alguma vez for possível. É que nasci num tempo azul e as cores eram outras. O meu bilhete tem retorno...comprei de ida e de volta, ainda que sem data prevista. Pode mesmo ser para amanhã, porque hoje já é tarde e ainda aqui estou. Mas amanhã...e é isto. Não me compreendes porque não faço sentido...tão fácil largar aos outros a culpa incompreendida de não ter noção. Faço de conta que me aceitam assim, como sou, é mais simples saltar de linha em linha, acreditem. O que venho, hoje, aqui pedir é que me concedam tempo, vou escrever! E isso requer tempo...ou talvez não. Porque palavras leva-as o vento...qual vento? Só se forem no papel. Mas, eu não escrevo no papel! E sim, o vento leva pouco tempo, por isso dele não preciso, do vento. Vou escrever de mim, do meu invólucro. É! Se calhar do teu também...e do teu! Não aqui, mas ali. Tá? A época, ok, se calhar a altura, ou mesmo a ternura, pediu-me que fosse agora. Pois, foi a demora, pediu-me em casamento e aceitei. Estou casado com a altura, esta época de convulções e foi tão rápido...qual Las Vegas a 200. Estava na hora, sua amiga preparada que aqui me trouxe e me largou. Então, agora a hora demora e a altura é de ternura...vou escrever. Mas aqui não, antes ali. Até então.

sábado, 7 de abril de 2012

1, 2, 3...vou contar até Dez!

UM espaço vazio...é aí que estás, com tanta gente por perto mas sem nexo, um tempo perplexo à volta de um ser! Aí estás tu e aí ficarás..até quando? Sem veres que nas mãos te caem gotas incompletas de chuvas presentes, já é Abril. Que pena chorar sem te ver partir oh vento que voa na noite mártir. DOIS momentos nos separam, o teu e o meu. Fossem medos antigos ou frases perfeitas, os nossos abrigos de portas mal feitas, aqui estão! Teimosias acanhadas por vozes sábias que me querem amar, traçam caminhos outrora perdidos no meio do mar! TRÊS ventos te perseguem, quais lobos "uivantes" no seio do quê? Olham-te de lado mas nada te fazem com medo de amar. Que vida perfeita a de um vendaval que com força te deita no meu imortal. Partículas de tempos me enchem agora de tempo que é teu. Não vou nem olhar para esse colar que envolve o que me vais dar.. QUATRO alvéolas de sangue permanecem guardadas debaixo da pele. Foram palmadas bem dadas por chuvas passadas sem nada deixarem. Que caminhos imperfeitos as minhas loucuras que me fazem rir. Oh gente malvada, que a chuva molhada vos faça partir! CINCO histórias foram contadas e aí relembradas à volta de um ser...que cenário montado por nós torturado só para te ter. Assim vais...sem futuro ou verdade que te embrulhe na face de quem te quer ver. SEIS cores circundam as vidas que sonham até perecer, no vale deserto de um mundo tão certo do que se fazer. Não vou conhecer as luzes do centro que me faz olhar, mas sei as certezas que sinto nas mesas do nosso manjar. SETE fortunas são as que me entendem ao cair do pano..são calmas sensatas provindas de almas daquele meu ano. Foi aí que entendi que por mais que deseje, por mais que lampeje, tanto vem do profano. Oh portas abertas convidem-me a entrar! OITO encontros, p'ra sentir a pena de te conhecer..sim, saber que existes mas que me resistes com todo o teu ser. Vai cobrir com sonhos os antros medonhos que te querem comer! E então verás, onde estou e com quem, para sempre sorrir. NOVE horas à porta da casa que te vê chegar, onde tudo acontece mas tudo enfraquece o meu desfrutar. Sou homem e espero saber o que quero no teu divagar. Mas lutas perplexas encontram os muros do teu mergulhar..morrerás? DEZ partes de mim, são como um puzzle sem solução. Mas rio sem controlo porque a vida é um bolo que corto com a mão! Satisfaz-me saber que mesmo a perder, estou no teu coração!

terça-feira, 3 de abril de 2012

To Mum... (Not original)

http://www.youtube.com/watch?v=yM_Cilw68_I&feature=related






"This Is Your Song"


Live your life to the fall
With a lifetime of smiles
Made us know right from wrong
Always knowing a lie
You made us to be tough
But never too rough
Rise above what you said
Never easily lead.

And one day we'll all sing along
'Cause this is your song
I wrote it for you
It won't take all day
Just a minute or two

You were a friend
Walk with you to the end
And one day we'll all sing along
'Cause this is your song

So I'll try and go on
Loving all that we know
Through the hardest of times
you put on a show

You made us stand tall
When all around us would fall
Even when you were alone
You believed you could fly

And one day we'll all sing along
'Cause this is your song
I wrote it for you
It won't take all day
Just a minute or two

You were a friend
Walk with you to the end
And one day we'll all sing along
'Cause this is your song

And one day we'll all sing along
'Cause this is your song
We wrote it for you
It'll take all our lives
Just to help us get through
You were a friend
Walk with you to the end
And one day we'll all sing along
'Cause this is your song


By Ronan Keating

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Mea culpa.

Sinto-me abençoado! Sim, de facto...abençoado. Se lançar um olhar às minhas memórias, depressa me apercebo que nada tenho a reclamar.
Sofri, sim, como tantos outros, mais que uns e menos que outros tantos. Mas ainda aqui estou. Cheio de planos, apesar de tudo! Cheio de...coisas. Aquilo que nos faz ser.
Não quero falar do meu passado, muito menos do futuro mas...sou o que sou porque fiz o que fiz! Sim, também porque não fiz o que não fiz...sabe-se lá porquê. Por minha inteira culpa cheguei aqui.
Ok...podem dizer que também me trouxeram aqui...tipo, aquelas coisas que achamos que não dependem de nós. Livre arbítrio de terceiros que choca com a nossa existência e que, por tabela nos faz dar curvas. Certo...! Mas eu, não tu, ou ele ou ela, eu...sou o produto das escolhas que EU fiz, mesmo quando outros me condicionaram o caminho. Fui eu que decidi abraçar, evitar, destruir ou mesmo engolir cada obstáculo!
Quero agora continuar a sonhar. Atingir sonhos? Não! Sonhar apenas! Porque cada sonho nos leva em frente, mesmo que na direcção oposta. E se sonho com a praia da direita, provavelmente encontrarei a da esquerda e nela serei feliz!
No entanto, os sonhos distraem-me e "obrigam-me" a desperdiçar tempo. É natural! Se quero comer um bolo porque tenho fome (ou gulodice), concentro as minhas forças no momento em que chego, peço, trinco e saboreio. O resto? Desculpem? Que resto? ...ah, o homem que tocava violino no metro...não o (ou)vi. Ou...o momento em que o sol escapou à nuvem e me obrigou a serrar as pálpebras...quando? UAU, tudo isso? Mas...o que eu queria mesmo era o bolo...e paguei-o com momentos, que perdi... Não, não são obrigados a concordar! Chamem-lhe um devaneio... mas é o meu. E por estas perdas...minha culpa.
Os objectivos bloqueiam-me a visão do resto. Também não admira, se me concentrar nas variáveis...em todas elas...tudo passa a ser incerto. E como posso viver assim? O facto é que acho que dependendo também dos outros e esqueço o imperativo humano. A variável percepção do outro...impossível de racionalizar no momento..porque não tenho acesso momentâneo às suas considerações.
Passo a carregar um fardo pesadíssimo! ..as minhas decisões, consequentes reacções, os obstáculos do meu caminho, as decisões dos outros, os obstáculos na vida de quem amo, o meu passado, os dos outros...sobra tempo? Não sei...
Depois vem o medo. Que medo... Não posso ir por ali senão ainda fico debaixo de um tambor voador lançado a milhões de quilómetros de distancia e que um tornado, sabe-se lá porquê, resolveu apontar directo a mim.Ui, isso magoa! Impossível? Não! Não há impossíveis porque tudo acontece, ainda que não a mim mas...a minha vida não dava um filme? ...e nos filmes tudo acontece...aos outros. Mas a mim também, porque sou um deles.
Quero como tantos outros um colchão de segurança que não me deixe cair, ou magoar. Esqueço-me rapidamente que sou um animal racional e tenho...não, não tenho...posso, viver fora de um colchão de possíveis, mas não o faço porque receio os impossíveis!
Esqueço-me do "quero" e concentro-me no "posso"...evitando todos os medos, o que pode correr mal, porque a cobardia é-me natural. Afinal...sou humano e conheço a dor. Deixo então que ela me limite o caminho.
Cansado...

Queria esquecer tudo! ...que sei a dor, o que representa e o que dói. Porque assim a minha cobardia não tinha sentido. Porque assim não era humano, apenas um homem a aprender, sem medo de ler o presente e sem considerar o futuro... Aprender, aprender tudo...mas sem medo, porque não o conhecia.

Fiz dos sonhos dos outros o meu passado...e ainda assim tenho medo de viver. Mea culpa!

domingo, 1 de abril de 2012

Passeio na areia...de pés descalços



Fui às cegas, mas em frente. Ainda assim não me livrei do ocasional embate do dedo pequenino na esquina do iPad que no chão jazia após um pensamento vomitado e debandado para a estrada do mundo na noite anterior. Esta madrugada choveu!
Aprendi que o odor de uma manhã molhada, nada tem a ver com a dor de uma janela fechada.
De olhos postos no horizonte, lembrei o afagar de mãos quentes, na areia molhada, de momentos (in)esquecíveis. Seria tudo, mesmo tudo, assim permitido?
Os primeiros passos de uma manhã que chegou cedo demais tratam de me levar, uma vez mais, pelo caminho tantas vezes percorrido. Mas...sim, é assim, és assim e por isso acontece, digo eu à minha alma de rapaz citadino. Desculpas imperceptíveis ao olhar do mundo, mas que se repetem, vezes sem conta, até porque o erro foi meu.
Tentei, de novo, chegar lá. Caminhei como num dia normal, mas a porta da rua estava mais longe. O vislumbre de uma janela fechada perpetua o corredor, talvez seja isso.
Ares carregados de pequenas gotas entraram-me nos poros, fizeram-me esquecer a leve dor na nuca de uma claridade incandescente. Mas caminhei para oeste....Go West (life is peaceful there), onde as ondas se fazem ouvir e as memórias ganham um peso de longa metragem, qual Hollywood à porta de casa.
Pela primeira vez, desta primeira vez, despi os pés e com cuidado apreciei as pequenas gotas que a nuvem usou para sarapintar o areal. A frescura de uma pinga pode, e deve, apagar a desilusão de uma meta perdida...ou por perder. Por isso, sem reservas, caminho agora pelo areal refrescado. Sinto-me envolvido por milhões de espectadores que voluntariamente estendem as mãos húmidas para que nelas caminhe.
A praia está vazia, nem o sol consegue abrir as janelas do nevoeiro...mesmo assim sinto-o na face. Com o tilintar metálico da minha pequena companheira, sempre por perto, sigo junto às ondas que devagar dançam com a areia.
O caminhar está mais pesado! Parece que o mundo impôs novas regras, desde a última vez que dancei descalço, sozinho, numa praia deserta. Desta vez parece que choro...e nem assim a areia endurece...para que o caminho fique mais leve. Por isso, lanço um olhar de desprezo aos grãos que sem dificuldade tentam fazer parte do que me impede de sorrir. Quais falsos pretextos carecem de ajuda para impedir que me ames?
As ondas querem ajudar. Assim passam a dançar e com violenta teimosia tiram-me o tapete, parecem sorrir enquanto ao mar retornam.
Pequenos pássaros acompanham-nos, agora, sem medo das ondas, da areia, de nós... Quero aprender a voar...para que a dor de uma bola partida deixe de importar. Será esse o segredo? Pois com saltos, aqui e ali, estes companheiros de viagem parecem saber bem mais que eu.
Um dia fiz colecção de pedras (algumas no sapato) e hei-las ali...espalhadas pela calçada de grãos beijes. Já delas não preciso. Ainda que improvável, podiam ser elas mesmas que ali decoravam a paisagem. Não, já não as quero, carreguei-as tempo demais.
Sem perceber porquê girei sobre mim e caminho agora sobre as minhas próprias pegadas...invertidas. Paro e observo que não estou só. Pequeninos buracos de três dedos rodeiam as marcas por mim deixadas na imensidão destes pensamentos.
Olho agora a escola disto tudo e compreendo que sou mau aluno. Faltou-me o sorriso antes e, apesar disso, carrego fundo nos mesmos espaços, nas mesmas pegadas do caminho inverso.
Está na hora de voltar...porque por mais que vozes amigas me alertem que já não chove mais, hoje...tenho a planta dos pés molhada e isso "ainda" magoa.

..and I don't expect anyone to understand. - Mea Culpa
http://yourouterspace.blogspot.com/2012/04/mea-culpa.html