Não suporto ver-te sofrer! É algo que me incomoda. Desculpa, sou assim!
Fazes parte de um pouco de mim e quando perdes uma lágrima quem a apanha sou eu. Não gosto!
Observas o mundo à tua volta e vês bondade, ainda que pouca, mesmo quando destróis tudo em teu redor. Revoltas-te com os que te enganam e, ainda assim, acreditas! És peça de um puzzle distinto que prova a existência de corações puros.
Recordo ver-te corar ao contar histórias sobre a minha história. Nesse momento admirei a profunda beleza de quem não vive imune à felicidade dos demais. Vi-te acarinhar com pensamentos as minhas emoções, tornas-te-as tuas! Não me esquecerei.
Com profunda atenção vi-te perder o chão quando indaguei o teu olhar. Distraída, deixavas-te levar por memórias recentes enquanto eu discursava. Chamei-te e em mim fixaste o olhar, antes de deslizares da cadeira e te aperceberes que em ti caíam olhares de quem te admira.
A ternura dos teus movimentos faz de ti uma pétala de flores caídas. E assim perseguem-te os ventos de quem não te vê.
Contas-me histórias de quem te fez mal, de quem Faz mal. Sentes-te traída e insistes em cair, para que de novo te possas levantar, erguer. Concentras-te no teu mundo e és invadida por pensamentos fáceis, de quem sofre há muito e, assim sendo, sofrerá. Não! Não podes! És diamante de sangue e mereces parar de sangrar!
Dizes-me que um dia serás feliz... Felicidade pura, infantil, desligada do mundo. Mas a cada degrau aceitas que te deixem cair. Passou a fazer parte de ti, aceitas a desilusão.
Sabes que não fui sempre feliz..o meu mundo também desabou. Vi-me sozinho enquanto tudo o resto caía. O teu olhar reconhece as raízes de quem pisou a lava mais incandescente do vulcão. Aqueles que sobre ela caminharam têm marcas que nem o tempo transporta. Mesmo assim combates a felicidade...travas uma luta desigual com o que designas ser destino.
Sim, eu sei!
Mas o duro pavimento quebrará e o gelo de uma existência trepidante depressa será aquecido pelo sol! Foste feita para sorrir, ainda que não o saibas. És fonte do meu contentamento e fosse eu rei dos quatro ventos, o Universo seria teu!
Tivesse eu não mais que o tempo, gastá-lo-ia todo contigo...
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