Possam as aves levantar dos campos junto ao lago, onde corro sem parar. Movam-se as nuvens bem depressa e deixem passar a luz do sol que me afaga a face. Para cima olho e de expressão serrada sorrio ao ar que me aquece as mãos enquanto festejo a subida da colina. Cheguei! Deixem passar o sonho...
Abram-se as alas ao navio que chega ao porto e com ondas leves anuncia vidas vividas. Faça-se o silêncio porque há quem as queira contar.
Era uma vez uma história...uma história com histórias, de viagens longínquas. corridas sem fim. Ao fundo as memórias dos toques profanos de mãos apaixonadas e lábios redondos. Sons arcaicos ondulam pelas mentes de quem a conta...a história.
Procurava uma concha, de pés na água quente de um rio. Mas as conchas no mar viviam e ao rio não iam com medo do fim. Por isso procurei respostas no fundo dos tempos, por caminhos incompletos sem nada para dar. Inundei planícies com ondas de areia sem saber de nada...mesmo de nada.
Então parei e respirei. Não mais... Formam-se fumos coloridos em vasos de lama, quais águas cristalinas em tempos de chuva. E com tais pensamentos atravesso vidas, desperdiço canções, abraço errantes.
Oh que paixão desmedida me faz aprender... Perder...
Decidi então terminar, como que te abraçar...pela última vez.
Outros navios hão-de chegar e em portos distantes se ouvirão as vozes; os sons do tempo que passou, do amor que cedeu e nas colinas correu...
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