sábado, 22 de dezembro de 2012

"Inté..."

Parece que as paredes bloqueiam quem quer passar. É uma estrada em terra, ladeada por carreiros de águas passadas. As últimas chuvas deixaram buracos no caminho...é assim. E é vê-los passar, como quem já nada vê, ou tudo sabe. Aqui fretam-se ovos de rodas, sem portas ou janelas para que as belas não vejam. São azuis, são brancos, os ovos da Páscoa deste Natal. Tempos brilhantes por detrás de vidros foscos.
Mais à frente está o cimento. Aquele coberto de terra dos montes vizinhos, onde moram os pais, os filhos e amigos. Onde as luzes são fracas e as águas...as águas...são dos crocodilos!
O pano de fundo é cinza claro, ou cinza escuro se as nuvens quiserem descarregar. Torres que querem crescer e o mar ali...que nada lhes faz. 
Por outras vias coloridas, onde me encontro por engano, às vezes, são memórias antigas de brinquedos no chão. E no meio daquilo, de janelas subidas, passeia-se gente que pula e não o sabe. As cores, que frenesim de publicações numa biblioteca viva...ali. E ao fim da tarde, todas perdem a cor...são amarelas, laranjas e bejes, de um claro amargo que cativa...
Não quero falar das águas, deixo-as estar. São dali e são de abraços leves, quando as deixamos. Massagens frescas de sujidade crónica...em dias de torra. 
É isto, um parco odor a aventura, quando me deixam... "Inté!"



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