sábado, 12 de março de 2011

Nada quero!

Quero falar de algo! Quero falar de mares, de estradas e de paredes. Do prazer que sinto quando acordo e me lembro que o céu não caiu. Quero falar-te dos sentimentos que atravessam os que amam. Das árvores que cantam quando o vento as abraça. Dos momentos felizes e do desespero dos que choram. 
Quero sentir! O fogo das memórias dos infelizes. O despertar dos vivos e dos que nascem a cada segundo. 
No alto de uma montanha quero ver o tempo passar. Quero aceitar a derrota e continuar a lutar. Quero acreditar!
Quero abraçar o sonho que me persegue e dizer-lhe que me deixe... Que atormente o levantar dos pássaros e com eles desapareça no horizonte. Quero partir para outro filme. Ser um raio de sol que não brilha. Uma asa partida ou um buraco sem fim. Quero!
Mas, grito! E não ouço o som que aguardo. Os mares não querem ser falados, as estradas não me ouvem e as paredes perderam os ouvidos! O céu que procuro está no chão...caiu. Os amantes deixaram de amar e as árvores perderam a voz. Os que choram são felizes e o desespero não tem momentos.
As memórias jazem na água de fogo apagado. Os vivos estão mortos e os que nascem não têm história.
No alto da montanha o tempo parou. A derrota foi de outros e por isso não tenho porque lutar. Acredito e por isso, nada posso desejar.
Não durmo e por isso não sonho. Os pássaros perderam as asas e deixaram de voar. O filme passou a série, sem princípio, meio ou fim. A lua despediu-se do sol. E mesmo o mais fundo dos buracos tem um fim.
Não ouço a voz que me faz vibrar e assim nada quero! Apenas um momento...que não é meu.

Sem comentários:

Enviar um comentário