Olham-me com sorrisos atrevidos e tatuam-me seres estranhos. Não! Não sou o que dizem, o que aparento ser. Um olhar faminto que as olha sem limites. Uma pedra que rola sem parar ou um bocado de tinta nas carteiras de outras tantas. Sou mais, muito mais. Nada mais quero que o teu expirar...junto ao meu. Apenas a pétala que deitas ao chão quando caminhas no jardim.
Agora entendo porque fui infeliz, porque não entendia a expressão de quem para mim olhou.
Sou pedaço de tigre em corpo de lobo. Caminho lentamente em alcateias de apressados. Pensava que me vias com listas, mas de mim fugias com medo dos uivos. Pareço-te parte de um grupo de cães selvagens que derrotam aldeias de seres simples. Desculpa.
Recordo momentos de caça voraz entre parceiros de luta. Mas com eles corri sem pensar. Sou mais. Procuro selvas de ervas altas, palhas laranja com sementes negras para nelas me confundir. Não corro, nunca quis correr em grupos de feras selvagens...qual cena de pradarias ocidentais. Quero ficar bem longe! Para te mostrar do que sou capaz.
Afasta o pensamento do olhar penetrante. Não o vejas como águia que procura a presa. Vê antes mais fundo, um errante arrependido cujo destino termina em ti.
Ainda há quem não me entenda...que o não sejas tu! Dá-me dois minutos e deixar-te-ei entrar. Num mundo só meu...apenas teu. Dá-me uma chance de to provar.
Quero levar-te bem longe. Para terras distantes onde encontrarás o teu tu. Quero deixar-te correr por vales inóspitos onde és rainha do universo...onde o mais pequeno ser te venera. Ao teu lado caminharei como quem defende um reino. Afastarei os audazes e dar-te-ei a mão.
Se ainda assim tens medo...de mim, do que te posso trazer, de onde te posso levar...esquece-me por dois minutos e olha-me de novo. Então saberás.
Dá-me dois minutos...e em tão pouco tempo sorrirás eternamente.
Excelente João!
ResponderEliminarUm Abraço,
Tiago