Ao virar da esquina, os outros tomam caminhos...os seus caminhos, não esperam. Têm desejos próprios e almas carregadas. Não esperam por nós. ...e aprender isso, dói. Porque cada um de nós valida em si a esperança do tempo.
Então achamos que o temos, o tempo. Esperança moída por desajustes intemporais. Factos revoltados com segundos confusos, mesmo que lúcidos naqueles momentos. Depois, perdem-se razões...porque os outros não esperam. Nem têm de esperar.
Vamos de encontro a uma parede, já dura e seca, pintada por decisões que nos ultrapassam, de outrem. Não esperarm que ganhassemos aquela clarividência astuta, que nos faria pintores daquele destino, também. Usam um martelos que tantas têm, para desenhar um portão ao lado e daí passar para um jardim já jardinado, de um vizinho atento...apicultor...que não se pica nos ferrões de um passado qualquer.
Boquiabertos encolhemos os ombros e aceitamos que eternizar sentimentos não é para todos, até porque está fora de moda...ou estava, já não sei.
Fazemos de conta que entendemos, até porque ser livre dá trabalho, responsabilidade, solidão e confusão. Corta mesmo a respiração. Então...porque não avançar depressa? Mais depressa que o nascer no sol de quem queríamos! Isso...até porque a vida é curta. E fazem-se felizes, assim...é mais simples que compreender os medos dos outros... Então arrisca-se a "felicidade". Aquela que pensam querer e...até querem.
E o que resta para Nós...ilusão desmedida. Felicidade tardia...ou mesmo perdida, mas mesmo assim uma vida.
E as nossas almas são assim. As almas dos outros não.