segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Expectativas...

Nos últimos meses, perto de ano e meio, passei a dedicar alguns minutos dos meus dias à tarefa de simplificar a vida. Quem nunca se apercebeu que todos temos tendência a complicar? ...pois. Ora complicamos porque nos apetece, ora complicamos porque parece fácil demais, ora isto, depois aquilo... Faz parte do génio do ser humano, mais ainda quando é latino, mais ainda quando é português, complicar! É o que melhor fazemos... Depois solucionamos o problema e pronto. A tal palavra única (não estou a falar de saudade... Lá chegaremos), o "desenrasque". É isso, complicamos e de seguida desenrascamos.
Há muitas razões para complicarmos a vida, muitas formas de o fazer e nisso somos profissionais.
Como tal e como vos disse, sou missionário por uma boa causa, a "descomplicação"!
Tarefa assim não é nada fácil, no entanto, estou a caminho...
Comecei então por analisar o que esperamos das pessoas que, connosco, partilham o oxigénio diariamente. Observo então que cometemos um erro grave. Criamos expectativas! Sim, desculpem, mas é um erro grave (a meu ver, claro está). Ao criarmos expectativas sobre os comportamentos de alguém (sejam eles de que cariz forem), estamos a ignorar o simples facto da teoria do caos; Todos os factores que nos rodeiam irão influenciar as nossas atitudes e, posto isso, somos livres de actuar, ou não, em conformidade com os sinais que recebemos. Ou seja, somos livres! Livres! E por isso viramos à direita se nos apetecer, mesmo que os demais estejam na expectativa que iremos virar à esquerda. 
Quantos de nós já não nos sentimos debaixo de fogo porque terceiros têm demasiadas expectativas sobre nós?
Com isto não estou a dizer que não devemos criar expectativas com nada. Não! Posso ter a expectativa que o meu carro amanhã de manhã vai pegar; Criei as condições para tal (revisão feita, tem gasóleo, está na garagem e ainda é novo) e por isso existem 99% de probabilidades que pegue... Pois, não tem cérebro, logo, não vai por apetites. Mas quanto às pessoas, hum, o caso muda.
Passo a explicar e para isso criei uma fórmula:
Desejo + Expectativa = Pressão + Descontrolo = Desilusão/Surpresa = Risco
Isto é, se desejarmos que alguém actue de certa forma e criarmos essa expectativa, quer queiramos quer não, estaremos a pressionar tanto aquela como a nós próprios. A pressão leva ao descontrolo e, por conseguinte, podemos sair defraudados... Ou ter uma bela surpresa, vá. Ainda assim é irremediavelmente um risco. Além do mais, quem gosta de estar sob pressão?
Um belo exemplo é o Natal e a compra das prendas... Esperamos que a cara-metade acerte (certo senhoras?) porque acreditamos que lhe transmitimos todos os sinais. Criamos essa expectativa... Suamos, ansiamos, desejamos... Criamos pressão, em nós e nos outros. Depois, quem sabe... Desilusão/Surpresa = Risco! Que complicação.
Não seria melhor, mais descomplicado, mais simples, atribuirmos aos actos dos outros (desde que não nos magoem deliberadamente, é necessário dizê-lo) uma certa leveza? Não seriamos mais vezes positivamente surpreendidos? Se não esperarmos dos outros em demasia, seremos surpreendidos ou não... Mas ao menos não corremos o risco de ficar desiludidos.
Desejo - Expectativa = Controlo + Calma = Surpresa
Penso nisso e sei que por vezes não é fácil. Torna-se quase impossível... Apesar de tudo descomplico e sinto-me bem mais relaxado. Vale a pena, mesmo!

2 comentários:

  1. Expectativas sucessos e frustrações andam de mão dada…..
    Todos nós sonhamos….. todos nós esperamos, desejamos e ansiamos ter, ser, dar e conseguir......e, porque queremos sempre o melhor, criamos expectativas….resultado: sucessos ou frustrações!
    Quando conseguimos o que queremos, fantástico!.....mas quando não conseguimos, frustração, aquele sentimento amargo, aquela dor, tristeza ou mesmo raiva.
    Se reflectirmos "friamente" dizemos - não existam expectativas!! Mas, é possível viver sem expectativas?.... Eu não acredito!
    Então, o que fazer? Ora cá está um desafio: conseguir triar, mudar ou restringir expectativas..... Como? Não há receitas.... mas, porquê não esperar do outro apenas aquilo que ele é capaz de dar, deixar os outros serem eles próprios, deixar de pensar que dependemos dos outros para sermos felizes,....
    É fácil? Não.... é um desafio!

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  2. E o que Eu tenho feito, descomplico.

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