São 6 da tarde e mais uma hora passou. Estou cansado de teclar e aproveito a pausa do cigarro que me acompanha para esperar mais um pouco.
Cada segundo leva tempo, tanto tempo. É que os dias são semanas e as horas são dias lentos.
Aguardo.
Espero.
E entre cada mensagem sinto a pele suar. Tenho os dedos adormecidos enquanto aquele cigarro que me fez companhia terminou no cinzeiro.
Fazes-me falta, linda. Um aroma de cabelo lavado invade-me a memória. O teu.
Ainda sinto entre os dedos a carícia de te afagar a franja, ou dos momentos em que agarro a tua mão para atravessar.
Esta noite dormi a correr. Sonhei com chegadas e o calor desta terra lavou-me o pijama em lágrimas, da tua falta.
Chegarás.
Preparo o coração para aquele embate estapafúrdio do teu primeiro olhar. Vou esperar.
Não sei como, mas vou.
Então, depois, vou sentir o odor das rosas negras que trazes contigo.