segunda-feira, 19 de maio de 2014

Cinzas de um desejo



De mão levantada, à frente do rosto, reclamo por uma (in)dependência perdida. Os sociais planos de gente atraente designam quais os caminhos a tomar. E porque não? Fugir aos sons da telefonia, ou recusar chamadas do além resulta apenas em solidão. Por isso mais vale enfrentar o frete, qual nenúfar banida de um lago de rãs. Então abano a face de um norte para um sul ventoso. Digo sim, que sim, que voarei com os restantes por nuvens nunca tão apreciadas. Digo que não quero estagnar, que vou viver com eternos "desalentos", com asas queimadas pela (tua) linha de fogo. Ardes-me em desejos.
Apesar de ainda não ter ganho a liberdade de um tordo, recapitulo toda a minha existência como um livro de páginas infinitas, onde caio eternamente. E continuo a cair, enquanto voo em redor de uma cama de rede calcada de mosquitos. 
Fazem-me rei de um castelo de areia e convidam-se a entrar. O mar aqui é quente e o sol atinge-nos com fogo. Travam-se batalhas diárias de uma irreverência incandescente. É preciso coragem para saltar, sabes? Aqui! Coragem escondida tantas vezes em sorrisos forçados.
Então aqui estou. Num tempo parado pela distancia. Não consigo sentir esse teu tempo passar. Por isso desejo que não sigas em frente...porque me sinto ainda aí, não agora, mas então. É que tudo o que aqui faço é em pausa, qual standby de um aparelho qualquer. 
Faltas-me nesta caderneta e dizem-te edição limitada, que nem a sorte dos trevos preencherá o (teu) espaço. Por isso resisto, não tenho o que mais fazer...não consigo ficar para trás. Mas queria tanto que me visses agora, estampado num quadro qualquer, numa parede das tuas. Num tempo parado, numa pausa desmedida, que esperasse por mim.


segunda-feira, 12 de maio de 2014

Ruínas

De mãos meias tortas e semblante carregado, aquele vento transparece memórias transmitidas. Sei lá! Não sei...mas 'tá bem! Que queres que te diga? É de uma estonteante leveza, ou vazio. Querer saber mas sem intuitos furtivos de aprendizagem. Não se afiguram soluções ou sentimentos simpáticos. Ou aquele ombro trabalhado que serve de colo. Não passa de um filme actuado e respirado pela condição de ser humano.
Sem explicações!
Um olhar ao passado! Mas...sem explicações!
Construções de ruínas! Lá está...haverá prédios eternos? E as guerras? E a evolução cívica dos inventores? Terremotos, tsunamis, corações fatiados...criam ruínas, é mesmo isso! Construímos ruínas!
Então...retirei-me a arte de construir. Sou um ocupa. Prefiro assim, ocupar construções já pensadas, ainda de pé. Limpo-as, pulo-as, percepciono-as e "brilho-as"...e depois levam-me às outras. Nem para lá olho, mas chego-lhes. Qual limpa-chaminés perfeito e que canta pelo caminho.
Melhor assim!


Vacant in a photograph waiting
This isn't just a hurricane
When you know what's coming,
It's a soul transmission

As we walk through history together
Do you think we still come
from this world we live on?
It's a sole condition

How does it feel
What do you want me to say?
Cos I said it feels like being
Alone on Christmas day

Pretty soon the world will start shaking
Living in a tremolo
And I don't get injured.....!!
In my soul transmission

Sights and sounds
At the end of the day
Make me feel like being
Alone on Christmas day