domingo, 5 de abril de 2015

Liberdade


Como barulho de fundo permanece uma qualquer música dos Vangelis, de preferência uma que toque bem fundo. Porque sim! Porque posso. Há uma permanente forma de sonhar, entendem? Já não um simples sonho. É que desses há muitos e basta a maravilhosa simplicidade do tempo para atingir, devagar, cada um...todos. É sentir que vale a pena andar sozinho de mãos dadas com seja quem for e deixar que cá dentro se ouçam aqueles risos das crianças. 
Vejo nos desabafos dos outros a saudade de não sentir mais saudades, ou outros medos ou outras vontades. Que impuras maldades. Eu desejo sofrer, correr, viver ou até morrer. Carregar o meu corpo inerte até ao cimo de um monte. Sentir que nada controlo, deixar que o tempo me deixe exausto. Porque não? Porque sim!
Quero seguir regras que desconheço e fintar as dos pergaminhos. Roubar tempo aos outros e enchê-los de simples cores. Ou então cavalgar completamente só, de semblante carregado em dias de chuva p'ra que me sigam as dores. É assim que nada domino. Assustar os demais, com encontros banais e deles nunca falar.
Sou um papel amarfanhado deixado num canto de uma mesa, que carrega segredos e mensagens tremidas, com letras pintadas e frases não lidas. Aguardo o vento da esquina, ou um tornado descontrolado que me leve onde quiser. Serei pó de giz pintado num quadro negro, mensagem de branco ali deixada, livre para voar com o simples sopro de quem vier.



(não pretendo dar nova vida a este blog, mas hoje apeteceu-me...é tempo de Páscoa e gosto da palavra milagre)


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