O repasto foi calmo,
menosprezadamente alegre. A conversa feliz e despreocupada. Com todos os des adjacentes à falta de gravidade.
Sim, é isso, levitava-se ali. Nada nem ninguém tinha aquele olhar de stress
desaventurado de quem quer (necessita) contar e não pode…ou não quer, ou não sabe.
Nenhum dos presentes falava de si. Havia uma violenta conotação altruísta na
conversa.
Os assuntos eram leves e
piadéticos, sim, piadéticos! A palavra não soa bem, mas não há forma de melhor
descrever o teor daquelas relações. Éramos uns quantos e tudo soou bem.
Senti, como quem bebe água após a
travessia do deserto, uma frescura comprimida num gole directamente da fonte. E
bebi. E viciado fiquei naquele líquido dos Deuses.
Cantava-se também, fados e
perplexidades em outras línguas. As violas derretiam ideias e nada, mesmo nada,
havia a comentar…era como…a agulha de um gira-discos na parte lisa do LP após a
última música.
Como refutar caminhos simples e
sem peso? Posso usar sapatos de sola baixa sem meias, camisa por fora e calças
rasgadas. Nada influencia o olhar que não o outro olhar, quais paixões
enternecidas e sem contas por pagar.
Por ali, percebi.
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