O que posso hoje fazer? Pergunto
alegremente à colega do lado. Que me vais ensinar? É que eu parado não sirvo…nem
mesmo para mim. Tenho ainda o peso da noite anterior, e o sangue intoxicado de
prazeres suspeitos, por isso os olhos enganam. Mas diz-me, que vou eu aprender
hoje? Dás-me um bocado do teu saber?
Sou soldado, sabes? Habituado à
linha da frente. Onde as horas passam sem contar e os dias acabam com a
velocidade de um beijo. Esta paz deixa-me perplexo e anseio novas guerras. Fui
ensinado a batalhar…é isso, a batalhar! E esta paz cansa-me.
De ombros encolhidos respondes-me
que outras guerras virão. E ali irei acordar. Que descanse agora, aproveite o
momento para observar. A paz também ensina e aprende-se a dormir com ela. Pois…parece
que o mundo parou, não é?
Sim, agora só os segundos contam.
Preparam-se os conflitos…nos campos de batalha. Já fui convocado e os generais
querem-me, uma vez mais, na linha da frente…qual coronel de família de espada elevada
no meio da gente.
Por isso descansa, dizes-me a
sorrir. Precisamos de ti lá na frente…mas não agora…daqui a pouco. Por isso
descansa.
Esta pausa é curta…e mesmo assim infinita.
Os dias compridos e as noites intensas. Mas agradeço o conselho que alegremente
me dás. Vou fazer o que dizes e disfrutar desta paz.
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