Caminha com um sorriso tremido, quando está sozinha. Porque conhece um pouco do mundo, já nele caiu. É de uma beleza sincera e escondida. Aos olhos da multidão é uma flor simples e algo séria, faz de propósito...porque não procura a atenção, consegue-a simplesmente.
Veste uns jeans e uma t-shirt, não precisa de mais. E a face é pintada pelos elementos, creme de um sol de inverno, sem querer parecer. Uns olhos verdadeiros...sim, verdadeiros, que mais dizer?
Vejo-a tilintar enquanto dança sozinha num palco vazio, entre folhas espalhadas pelo Outono. Sorri até entre elas tombar de braços abertos...ali pode sorrir sem medo dos medos que tem.
Já não procura compreender os outros, observa-os. Vive sem exigir nada das montanhas e para elas olha com a força de uma tempestade, imponente, atrevida, capaz de tudo mudar. E mudará.
Reconhece a essência do outro, não a deseja mas compreende-a. E aceita-a. Com medo, sim, quem não treme quando recebe um diamante? Mas usá-lo-á porque é (será) só dela.
E nesse novo mundo, acredita...não porque tem razões, mas porque acredita. Simplesmente. Sabe que amar não pode ter razões, porque as razões mudam com a história. Sente, só! E espera vê-lo na manhã seguinte, apesar do íman do resto do mundo. Ele é chamado porque brilha...e o brilho atrai...trai.
O medo das outras confunde-a, porque sabe... Sabe que o vento leva o seu amor pelo mundo, porque este tem asas, mas tra-lo-á de volta...ao fim do dia, incólume, virgem, só seu. E nisso vive...porque conhece a verdade!
O seu amor é um Homem. Tem a sorte no peito. Simples aos olhos de si próprio, mas confuso no mundo...vêm-no como estrela de uma história de filmes. A sua fé contorna as mesas tombadas...é especial, mas não o entende, sabe-o apenas. E tudo o que faz, faz porque sabe...e porque quer. É rei de uma palestra e nas tribos onde vive alcança o lugar de estrela...intocável. Sim, de facto, O intocável. E disso está farto, o amor da rapariga dos jeans. Quer ser menos mas não sabe. Quer ter menos, também, mas a sua sorte prefere maltratá-lo, ainda assim. E dá-lhe mais. Tem um sonho apenas...encontrar as jeans atiradas para o chão, numa pista de roupas espalhadas até ao leito onde dorme, onde beija, onde sonha...onde ama...a rapariga dos jeans.
E ela é feliz! Tem sonhos de menina e atira-os à cara. Sabe que o desejo move o seu coração. Irracional, simples, verdadeiro....como o ama. Sem saber porquê, mas sem perguntar.