Johnny's got high expectations, he's going to rise.
Everyone knows, that Johnny is ready, he's going to fly.
Up on the rooftop he turns to the crowd.
No one is waiting, no one is there...
Knobody knows, why Elvis threw it all away.
Nobody knows, what Ruby had to hide.
Nobody knows, why some of us get broken hearts,
and some of us find a world, that's clear and bright.
You could be packed up and ready, knowing exactly, where to go.
How can you miss the connection?
No use asking... the answer is nobody knows.
Johhny will keep his illusions, what else can he do?
And you can pretend, that it would be different, if it happened to you.
A construção de vidas...quais Legos infinitos e empilhados em cada passo. Criamos raízes profundas para nos agarrarmos...e por isso não nascemos com asas. A bola preta, de ferro fundido, como uma anilha no tornozelo! Nossa sombra permanente...sombras que se espelham no chão, agarradas também elas aos seus caminhos. Tudo isto é escuro! Tudo isto é peso. Mas vivemos para isso, quase todos, para que se lembrem de nós...uma fotografia na parede.
Parece-me estranho falar nisto, estou confuso. Vivo ao som de uma música e o pano de fundo é uma tela pintada de surpresas. Todas de todas as cores e momentos severos! Paro tudo o que estou a fazer, inclino a cabeça e abro os braços. Mas afinal o que é isto? Linhas de vida...como lidamos com os nossos sonhos? Quem somos e para onde vamos? Querer! Querer tanto! O quê? Quanto menos quero, mais sou feliz... Despojei-me de tudo! De ti, de mim, de todos. Lancei-me como um pássaro sem (c)asa... Deixei tudo para trás e soltei a corda. Porquê? Porque fui sonhador a vida toda e isso abriu tantos caminhos. Não consegui parar, fiquei viciado na mudança e em todos os detalhes. Abracei o mundo das emoções e senti-as até ao grau da clarividência! E quão claro ficou tudo.
Mas tenho tanto o que ver...ainda, tanto o que fazer. Sou vivo...
Estou cá, neste mundo, uma só vez...assim me lembrarei.
Irmão, amanhã vou-me embora,
E tenciono demorar
Porque esta imensa terra
Já tem pouco pra me dar.
Levo comigo as memórias
E vontade de chorar
Levo as nossas histórias
E só isso eu vou levar.
Contá-las-ei uma a uma
Se a voz não se embargar
Ou não contarei nenhuma
Se a ferida não sarar.
------- Por que vais então, irmão? Notícias do vento, irmão!
Esta terra que hoje é nossa
Já não quer ser o meu chão.
Sangrará meu coração
Se te vir partir, irmão!
Não conseguirei despedir-me...
Abraçar-te... ou dar-te a mão...
Nem eu a ti, meu irmão
Mas é uma história linda
Já sofro pelo meu coração
E ele não partiu ainda.
Temos um encontro marcado
Quando as asas encolherem
Ou ao menos acalmado
Diferentes futuros... um mesmo passado...
Irmão... Coragem para ti!
Deseja-me o mesmo a mim
Quando já estiveres aqui Vou abraçar-te sem fim!
Um coração pesado
E um Abraço apertado Um “até logo”, irmão querido
Noutro tempo, aqui ao lado.
Força um sorriso, irmão
Forja um pouco de esperança Pior é para os que ficam
Que não sentem a mudança.
Vejo-te por aí. Pelos concertos à noitinha, pelas ruas a
brilhar do frio, pelos vultos encasacados do Inverno. Por aí. Por onde as
paredes falantes contam as nossas histórias, mais que muitas, em pouco tempo.
Por aí!
Lembras-te da primeira vez? Foi ali! Debaixo da lua alta, em
pleno verão…e que verão, numa cidade pequena, cheia de vidas. Por alí, por onde
passou quem amámos, dias depois.
Parece uma vida, até parecem duas. Sim, de facto, duas.
Depressões à parte e renascimentos em terras de fumo alucinante. Mas palco das
vidas, minha e tua. Crescemos juntos mas aparte. E adquirimos terras, juntos,
mas aparte. Nessa cidade pequenina onde tantos e tantas nos viram passar.
Um grupo porreiro, chamo-lhe eu. Cheio de uns e de outras.
As histórias, desejos, camas, praias e animais, levaram-nos
lá…e trouxeram-nos aqui. Aqui? Não, aí…mas aqui também.
Porque estou eu aqui e tu aí? Já não sei, já não me lembro!
Nem nisso penso, dá trabalho. Agradeço apenas as tuas mãos. Que tanto abanaram
à minha frente! Para ti…e para mim. Sou feliz, também por isso.
Até sempre, amiga de tempos loucos, vejo-te por aí!
Fácil é perguntar...ou arriscar dizer do que não se gosta. Fácil é tremer a boca quando a saudade aperta. Fácil sim, fácil respirar quando o sorriso apaga a visão destemida. Para quê arriscar? Os sofrimentos antigos, as feridas abertas! Vales vermelhos como rios de lava de vulcões eternos. Fácil sim, fácil. Decidir que não e deixar que sim...
Pelas calçadas ainda vazias, caminha-se porque sim. É ali, foi...ali. E então ali se fica. Há o resguardo, conhecem-se as lombas e evitam-se unhas encravadas. Ali! Porque ali, o desamor não dói. É hábito de tantos...e tão poucos.
Sou culpado! Não posso deixar de o dizer. Sou! E não, não mais pelo que fiz... Mas porra, pelo que não fiz. Não são arrependimentos, longe disso. São desatinos carregados de sinos na entrada da catedral! A mente conhece os passos e o corpo deseja outras peles. Saudades de uns sorrisos, marotos, calçados de beleza.
Mas os trajectos vagueiam, por ali. Por onde tudo passou, pelos bens e pelos males. Pelas covas e jardins de gente. Onde andam agora os lixeiros? Apanharam tudo, desfizeram histórias que ali se fizeram! Sorrio depressa e baixinho. Sorrio sim, porque os trajectos de tantos, ainda, por ali passam. São felizes, ainda que não o saibam.
Conversas recentes alertam verdades...és de cá? Sim, sou de cá! Mas venho do leste, por aqui passeio a caminho do Sul. Sol! Sou de cá, mas venho dali, estou por aqui e vou para acolá!
Que trajectos são esses? Pois não sei! Sonhei com asas e sombras mas eram de chumbo porque esta terra me queria! Só a terra! Isolado naquilo, era eu que fechava portas e janelas a quem me quisesse! Sim, era eu, porra, de novo!
Saudades do que não disse, saudades do que não fiz. Mas por isso sou feliz.
E não, não há longe nem distância, tudo é tão perto, basta querer!
Foi assim que os sonhos, após tantos momentos, me comandaram a vida! Sonhei com presentes amorosos, criados por manias... E que erros furtuitos. Metas tão certas por caminhos tão errados. Comandam-me agora as penas de uma certeza, deixei de querer, passei a viver.