Faço as contas aos segundos, antevejo os processos, negras vontades e destinos assombrosos. Caóticas mentalidades dos sofredores nos cantos de edifícios decadentes. Oh gélidas vontades que me têm cativo.
O abraço de uma desconhecida cheira a gelado de baunilha, cansáveis memórias de uma infância inerte. Que lindas são as flores deste jardim de árvores gigantes. E gigantes são as passagens, quais adamastores bem vestidos ao som de músicas sádicas.
Não. Cedem-se encantos quentes. E os comandos de ares rarefeitos importam aos outros. Redes humildes afastam os bicudos, aqueles que matam. Tortas mal feitas, caminhos putrefactos com pés descalços. E o sol...poderoso mas sem cor. Cantam-se gritos, ouvem-se mórbidas frases. Corações arrebatados por mãos indignas. Vale-nos oh grande imagem de quem nos fez, torna as passadas picantes em areias saudáveis, faz do pecado o mau e do amor a saudade.
Queria saber quem sou, aqui e ali, quem fui. Mas ao encanto de quem veste de branco sob o riso de um santo, não posso ceder. Porquê? Porque vesti de negro os aventais. Pintei de roxo os brincos de areia e livrei os olhos de lágrimas. Perdi a sensação de cair. E esta gravidade invertida, comete crimes, aos poucos...aos muitos, ás vezes. Torna-te claro, oh sentido de som, que o espírito cansado está só e de lado e não pode cantar.
De braços abertos, cantas aos santos dos céus. Mas os blocos de pedra ofuscam mentalidades perversas. E a criança riposta com choros sumidos no colo das mães perdidas. E ele já não sabe mais. São poucos os anos de caminho (des)ofuscado...ainda. Pétalas de rosa esmagadas pelas pegadas de outrem. Liberdade falsa, liberdade atingida pela expulsão de um lar. Liberdade...incompleta.