Por tudo isto me pergunto se as areias do deserto me
querem. Porquê? Porque ao contrario dos demais, eu sinto-as como família.
Assustam-se quando lhes falo...aos que desinteressadamente querem saber de
aventuras. Um desapego de tudo, respondem indefesos.
Como o fazes? Sentimentos são então lançados à mesa, como assuntos de café. A
música, as gentes, os cheiros daqui. Acusam-me com dedos amigos que só me
querem bem. Saudades...
Nunca pensei. Não me dei ao trabalho...hoje sei.
Raízes invisíveis! E são-no, de facto, porque ali não estão. Não sou como
tu, como ele e como ela. Com uma forte rajada de limão, as minhas raízes
secaram.
Foi cedo…demasiado…se me perguntarem. Mas desenraizado
será a palavra a usar. Sim, desenraizado! Como se pertencesse a todos e a
ninguém. Cidadão português com “aquele” orgulho…mas cidadão do Mundo (tão em
voga hoje). Ainda que não de todo…ainda. Mas aí estou bem. Por aí…pelos 4
cantos que tão longe ficam.
Como consegues? Pergunta-me gente de bem.
Conseguindo!
Há até quem diga que não pertenço…não pertenço! …nem
ao meu país. Pois não, mas um ET perdido pela Via Láctea saberia que a esta
bola achatada pertenço. Pelo menos isso…acho eu, não?
Então, por tudo isto vos digo; Desenraizado sou,
assumo…mas estará para vir uma bela jardineira que me plantará e com águas
carinhosas me “prenderá” a uma terra qualquer.
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