segunda-feira, 23 de julho de 2012

Desenraizado...


Por tudo isto me pergunto se as areias do deserto me querem. Porquê? Porque ao contrario dos demais, eu sinto-as como família. 
Assustam-se quando lhes falo...aos que desinteressadamente querem saber de aventuras. Um desapego de tudo, respondem indefesos. Como o fazes? Sentimentos são então lançados à mesa, como assuntos de café. A música, as gentes, os cheiros daqui. Acusam-me com dedos amigos que só me querem bem. Saudades...
Nunca pensei. Não me dei ao trabalho...hoje sei. Raízes invisíveis! E são-no, de facto, porque ali não estão. Não sou como tu, como ele e como ela. Com uma forte rajada de limão, as minhas raízes secaram.
Foi cedo…demasiado…se me perguntarem. Mas desenraizado será a palavra a usar. Sim, desenraizado! Como se pertencesse a todos e a ninguém. Cidadão português com “aquele” orgulho…mas cidadão do Mundo (tão em voga hoje). Ainda que não de todo…ainda. Mas aí estou bem. Por aí…pelos 4 cantos que tão longe ficam.
Como consegues? Pergunta-me gente de bem.
Conseguindo!
Há até quem diga que não pertenço…não pertenço! …nem ao meu país. Pois não, mas um ET perdido pela Via Láctea saberia que a esta bola achatada pertenço. Pelo menos isso…acho eu, não?
Então, por tudo isto vos digo; Desenraizado sou, assumo…mas estará para vir uma bela jardineira que me plantará e com águas carinhosas me “prenderá” a uma terra qualquer.

Sem comentários:

Enviar um comentário