quinta-feira, 12 de julho de 2012

O último comboio...ele ali vai. ...;)

Corria com a calma de quem acredita que as estrelas nos seguem, a todos...devagar. Mas no céu já se havia escrito, ao longe, cada passo do seu caminho. E os velhos seguiam-lhe a passada, como quem observa a queda das folhas...ele ali vai. Sorte! Gritavam-lhe em pensamentos...e ele parecia ouvir. Passava pelos balcões das companheiras, pelas esquinas das suas historias e abraçava gente que se fez antiga. Amigos e amigas, velozes mas pesados. Vestido de negro descia a calçada e fazia sombra pelos passeios onde outrora, não muito antes, ria às gargalhadas com canecas cheias de tintos, de inverno e de verão. Ao som do trágico som do adeus engolia em seco e escondia lágrimas de indecisão. E agora? Gritava do fundo dos pulmões em silêncio, para si...para quem intimamente o ouvia. Mas as horas passavam e o último comboio não esperaria...por isso, lentamente, corria. As árvores curvavam-se à sua passagem...tinham testemunhado barbaridades com sentido...ele ali vai. E com leves movimentos abanavam os ramos criando-lhe um caminho de folhas secas. As estradas estavam vazias...um luto indemonstrável sobre manifestações de milhões...ele ali vai. E o último comboio assobiava, qual som anunciador, quais partidas (des)alinhadas aos destinos. Corria ao ritmo de pegadas forçadas, deixando para trás saudades inconscientes e carvão nas paredas escrito. Tinha de partir... De malas feitas à pressa, havia chegado o momento do desterro, outro...ainda outro. E o último comboio assobiava pela última vez. E nele entrava, sem olhar para trás. .........(...).........e porque o ambiente, de repente ficava muito sério (desculpem, foi mais forte que eu.. :D :D), colocava os auscultadores e, calmamente escutava:



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