terça-feira, 31 de julho de 2012

Em queda livre


...como se conseguisse entender porque fui ali parar.
Repetitivos movimentos que Einstein consideraria de um louco...parvo. Ou mesmo (des)iluminado...bater com os punhos em paredes de picos sangra, mesmo que (já) não se sinta a dor. Cometer atentados à clareza, mas que clareza, a de saber resultados previstos...e ainda assim exigir provas, mais provas. Para parar de bater! Para parar de sangrar!
As nuvens subiam como carros de corrida...mas era eu que estava em queda. Livre! Porque ninguém havia visto o salto. Ninguém, nem mesmo os intervenientes... De olhos serrados, caminham porque o seu mundo os cega. E em queda livre fiquei.
O vento vinha de Sul, a uma velocidade estonteante. Fazia-me lembrar o comboio da Scarlet, que velozmente e só, deixava para trás o Monte Fuji. Subia para norte fazendo como se me encontrasse parado...no tempo e no espaço, à espera do embate.
As linhas tornavam-se mais grossas e os pontos laranja tomavam a forma de quadrados e rectângulos. Quando o meu corpo girou, vi de novo o céu. Azul encandeceste, quase pintado à mão. E as nuvens acenavam perplexas...porque sorria? O seu destino é um só...aquele. Porque sorria?
Porque estar em queda livre é estar consciente. É dançar sem querer saber. Gritar como se o mundo acabasse. É...liberdade? Sim!
Perdi o medo de amar! Mesmo quem não me ama! E o medo de não amar quem me deseja ao luar!
Um dia havia escrito que sabíamos demais. Conhecemos resultados! Conhecemos como começa e como acaba! Por isso defendemo-nos. Quem quer perder repetidamente? Quem quer tomar o caminho que leva ao precipício? Melhor o outro...esse é simples, normal, assertivo, sério, seguro...o melhor. "Não vás por aí, arriscas...", "...olha alí, vês?" Não! Não vejo nem quero ver!
Por isso ali fui parar. Porque escolho o precipício, nele vivo, nele arrisco, acredito, mesmo sabendo que...vou sofrer? E? Faz parte! Já pensaste que saltar sem pára-quedas trazer-te-á sensações desconhecidas? Aprenderás a viver de olhos abertos! Não saberás o que esperar...não saberás nada...nada! E a vida é uma surpresa! ...não gostas destas? Escolhe o outro!
E o embate? Esse...será no chão, quando lá chegar! Medo? Não! Porque (também) o chão a Deus pertence!


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